9.12.09

correr

nunca deixei tanto para trás, andando tão calmamente.
[como se me abandonassem na espera calma de que eu vá voltar].

COMO RECONQUISTAR OS DESEJOS ABANDONADOS?

nem está na hora do abandono, e já sinto o pesar da distância.

[e escrever é a grande ilusão.]


há diversas vontades flutuantes, embaçadas no sereno.
todas são a mesma vontade.
o meu apêndice silencioso que morro de medo de arrancar.

flutuam na estranheza de vê-las um tanto distantes,
sem deixar uma saudade doída.


não há conquista sem pesar, não há renascimento sem morte, uns diriam.
mas todos dizem.
as vozes altas demais sempre abafaram meus ruídos.
e não se pode tapar os ouvidos como quem fecha os olhos.
entretanto, posso ser cega como eu quiser.

[o grande truque da ilusão.]

é assim que minha parte mais prezada vai dormir.
se minha força sempre foi minha fraqueza,
veremos como ela irá acordar.
o leão que desintegra-se em poeira, ocupa todo o ar.

Desejo pétalas.
e que o som silencioso do sono irrompa a imensidão do fundo do meu olhar.

2 comentários:

Gauri disse...

pri,
confesso que fico meio desorientada quando leio seu blog e este post em especial, gostei muito. :)

beijo grande
gabi

Priscilla Zanini disse...

que bom.
adorei o "desorientada". talvez o melhor elogio até aqui.
pra quem busca uma desordem, sabe como é....
bjs