existem os relógios sincronizados e existem os relógios que não se comunicam.
ou você está, ou você não está.
não existe um quase, um meio, um talvez.
até parece que não existe o tempo da dúvida,
o tempo da falha.
o engano,
o olhar enevoado.
...
às vezes, um dos relógios quebra.
seu funcionamento evade como névoa levada pelo vento,
o pó soprado em nossos olhos.
meu ponto referencial parou.
olhou para o outro lado,
não está.
não importa os porquês
não importam as baterias recarregadas,
já não caminham mais juntos.
existem tantos caminhos quanto existem relógios.
[mas não posso trocar o meu ponto referencial como quem troca a pilha]
a pilha é a ofensa a alma dos relógios.
...
qual a diferença dos relógios, se eles contam o mesmo tempo?
no mesmo passo,
a mesma busca.
importa a estrada.
o mesmo horizonte
o mesmo vento
os mesmos ruídos.
o mesmo cansaço
a mesma preguiça
a mesma raiva,
o mesmo ardor.
o mesmo calor
os mesmos olhos,
o mesmo tato.
a tatear a estrada invisível de tempo.
a tatear as distâncias e proximidades invisíveis de quem está lado a lado,
mirando o mesmo horizonte oásis.
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