6.11.12

o deserto esconde e releva, como a memória


Não sei quantas voltas ao mundo possa ter dado nessas semanas sem horas, náufrago de um horário desnorteado que me lembra quando adoecia na infância e o ar era imortal então, aqueles dias que logo voltaram para mim porque talvez nunca tenham ido completamente, estiveram sempre aqui, como um valioso tesouro enterrado no mais fundo da última gruta do deserto.

*Enrique Vila-Matas em Ar de Dylan, Cosac Naify, 2012.

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