23.3.09

In Limbo

(para Radiohead)

Ruídos horizontais e verticais. E outros à beira do invisível.
Uns caminham tranquilamente. Outros cortam. Finos, curtos e densos.

Combinam-se.

O corte é
repentino,
abre a fenda,
chama para a profundidade.
mas não agride.

tenho a voz que perdura pela eternidade dos meus ouvidos.
A onda não pára de se propagar,
volta e reafirma.

Entra na ferida.
a voz revela outros estados, no mesmo.

O limbo tem a calma de um mundo sem limites precisos,
a calma do que vai até aonde a vista alcança.

mas também é o espiralado redemoinho onde nos perdemos...
tranquilamente, entregues.

3 comentários:

Mayana Redin disse...

puxa...quanta força de um limbo...
descobri Juarroz, um poeta, e o que ele disse (no meu blog) é algo tanto como isso...
lindo!

Priscilla Zanini disse...

mas sabe, em contrapartida... acho que o limbo fica no meio.

rodrigo disse...

lindo risco táctil texto sexto sentível !

[ah... linkei teu blog no meu...]