29.8.11

a matemática e o amor

Tenho muito amor, ele pode ser dividido em muitas partes, assim:


Mas tenho apenas algumas pessoas para quem quero dá-lo, assim:


Às vezes, um estranho rouba o meu olhar:


E tenho vontade de dá-lo tanto amor...
[mas o amor deve ser dado a quem esteja disposto a receber].

Tenho tanto amor e uma pequena cota a quem desejo dá-lo.
Sobra amor e sobram pessoas...
[geografia discrepante]

Com o amor acumulado meu coração soluça e sofre algumas taquicardias...
Está inflado, tenho válvulas trancadas.

Ele não explode, mas às vezes dói
[e soluça baixinho pra ninguém ouvir...]

Onde colocar o amor?

A matemática pode ser usada em setas:


tenho muito amor e várias pessoas,
nem todas podem ou merecem recebê-lo.
conta desviada, seta desviada-desvairada.
A seta desvairada é o amor em fuga de mim,
uma válvula de escape.

Acontece que as válvulas descem do meu coração até as minhas mãos, mas as mãos têm calos e tantas vezes travam a corrente sanguínea-amor.
As setas desvairadas às vezes nascem oblíquas, largas e o freio não funciona.
Na sua ponta tem um objeto que deveria ser
ou
Mas geralmente é e derruba toda a possibilidade para torna-se.

O amor mal direcionado pode virar um machucado
[hematomas como quedas de amores desmedidos e mal avaliados...]

...

Mas o amor é uma correnteza e navegá-lo não é nada fácil.
[matemática para ser vivida, e não resolvida].

... porque as setas são galhos sanguíneos que crescem em mim como galhos de girassol.
o olhar olhando pro sol quase cego,
não sabe bem para onde está indo.
[mas precisa ser espontâneo no processo - condição de bem viver].

...

Se no caminho sanguíneo-amor eu não afogar ninguém eu não me afogo também.
E quem sabe assim cresça até o sol.



Nenhum comentário: