é cego de olhar em espiral, [atônito de si mesmo, de sua pele horizonte].
o olho do deserto é constante nuvem.
nuvem de ventos distantes,
ventos que caminham a distância para dentro do olhar.
sou cego de névoa e enquanto caminho percebo turvamente o meu redor.
o olho cego é antes de tudo um olho tátil.
a cada superfície diferente, todos os dias diferentes...
superfícies de torpor e vertigem.
[horizontes vertiginosos, horizontes alucinados, horizontes enleados, horizontes atordoados].
...
o olho cego de névoa, quando não pode olhar para fora, olha para dentro.
[há tanta neblina lá fora, e o sol aqui dentro].
olha para dentro e respira fundo até o equilibrista.
[não importam os pesos, as medidas, as gravidades.
não importa os dizeres, as tantas palavras, os discursos difusos.
o equilibrista caminha sempre em uma única direção, sempre a meta.
o foco de viver, a busca de seu horizonte oásis.]
o oásis em cada olho é o oásis particular.
existem tantos oásis quanto existem pessoas.
|
28.5.12
o olho em espiral
[ou Eye of Sahara, ou Richat Structure]*
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
o olho cego de névoa, quando não pode olhar para fora, olha para dentro.
perfeito.
:D
só tem que cuidar pra não olhar só para dentro, para o buraco-negro-movediça.
arrisco dizer, só os equilibristas sobrevivem ao deserto.
Postar um comentário