3.6.12

As cidades dentro das cidades e a cidade imaginada.

No redemoinho, a água tem camadas.

como as cidades, que se constroem sobre si mesmas, 
rapidamente, em círculos.

círculo: 
volta, retorno, fechamento, sem ponto de partida, sem ponto de chegada-fechada.
re-inícios, re-loopings, re-observações, re-distanciamentos.
Em curvas, em tonturas, indo para todo lugar, indo para lugar nenhum.

Não quero estar na curva, quero estar na linha.

Nas quadras, nos encontros, nas portas.
Nas passagens, nos corredores, nos cruzamentos.
Nas travessias, nos barcos, no mar.

...no mar de cidades, deve existir a cidade oásis.
[tão real porque tão longe do deserto].

Perdida entre pistas, entre cidades diversas.
às vezes escondida nas curvas, nas tangentes...
Nas esquinas as curvas dissolvem-se em linhas.
em encontros, em acostamentos.

A cidade oásis é cidade de sonho e de projeção.


é busca nas tangentes, busca nas retas.
é turva de quem busca sonhando, olhando para...
é busca de quem olha.

É projeção de construção.
Em cada linha, um risco.
um traço, uma soma, um encontro.

...
De esquina em esquina, como quem soma vértices,
Construo a minha casa, o meu cubo, a minha paisagem de mesh points.

Em cada ponto um encontro, em cada ponto uma trama.
Em cada trama o encontro de cidades e de tricô.
Costurando-tricotando-tramando uma paisagem de viver.

Uma paisagem-rede, a pescar a minha cidade oásis dentro do mar de cidades.


__________________________________________________________________
ilustração de Dan Mountford.









Nenhum comentário: