mas as frases eram enormes.
era tanto a dizer, nunca caberia ali.
e mesmo assim ele insistia.
fazia tudo bem pequenininho,
pra caber ali.
ele escrevia como se falasse baixinho.
mal dava pra ouvir,
mal dava pra ler.
e mesmo assim ele escrevia
e dava os auto-falantes pras pessoas enxergarem depois.
aí elas iam escutando quase cegas.
e os alfinetes viravam pregos enormes,
pregando palavras na cabeça das pessoas.
...
e elas nunca esqueciam,
porque podiam pregar as palavras pregadas no peito.
[segurando a camisa no casaco].
e ouvindo baixinho o que elas não queriam esquecer.
2 comentários:
Bruno Segalla é questionamento e não resposta.
o improvável (e quase impossível) de ver (e fazer) não está nos textos escritos em cabeças de alfinetes.
está nas entrelinhas.
está no que foi vivido sem ter sido talhado.
captar esse sentimento é o nosso trabalho mais bonito.
pra isso precisamos ir pra dentro de nós. porque somos os mesmos.
e tb não somos respostas.
e tb não somos respostas!
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