23.7.08

comentários para perder-se.



então, tudo é uma ridícula questão de ponto de vista.

- nããaao, não é ridículo não... (um fato, com um opressor caráter de concreto, apenas e talvez).
é óbvio.
então, porque o esquecimento tende a girar (e cercar) em torno de todos os outros pontos de vista (principalmente os nossos, que são vários-variáveis) obrigando-nos a considerar a penas um, o nosso, o ÚNICO nosso ponto de vista, totalmente infligido pelo estado de espírito?

defesa, talvez.
ou para não enlouquecermos com múltiplas personalidades.

seja como for, me agrada sair de ponto e ir a outro.
é como se eu estivesse na posição de câmera que olha de cima.
como se eu estivesse na impossibilidade, que dura apenas um segundo, se tanto.

de saber que não única, que sou inúmeras, que uma organização descontrolada age sobre elas.

mas......
me questiono se não temos controle nesse descontrole.

controle inconsciente - interno.
regido uma vontade latente, sem verbo e mais potente do que qualquer racional consciente.

"decido" e vivo coerentemente em relação a isso, mesmo que tenha a ilusão de ter outros desejos.

o absurdo talvez,
é que "outros desejos" denunciem esse desacordo silencioso, entre vontade e ilusão de outra vontade.
estes, convivendo juntos, impossibilitam a saída de ponto a outro, raro ínfimas exceções.

ilusão como arma de ataque ou de defesa?

se de ataque, talvez a melhor defesa seja o esquecimento.
Es- que - c i - m e n - to . . . ..
[não esqueceu, ou esquecido ou esquecerá, ir esquecendo.... o que talvez permita voltar no caminho]


se defesa....
[talvez defesa seja apenas outro tipo de ataque]
vertigem de esquecer-se - perder-se para viver.


3 comentários:

Jonas disse...

opa! encontrei nas andança por aí teu blogue..

coisa fina hein?!

nunca deixe de desornenar o sentido
algum que haja no que há!
:)

abs

qs.

zank disse...

Por isso acredito que seja um grande exercício de "manutenção da sanidade" a observação de pontos de vista.
Explico: observar o mundo e as pessoas ao seu redor como se você mesmo fizesse parte da paisagem e abstraindo-se de sua própria consciência; a visão do todo torna-se mais clara e a sensação do insano batendo à sua porta é como se fosse um lembrete de que sua consciência ainda está lá e quer entrar.
Acho uma boa forma de enlouquecer temporariamente para retomar o rumo. Ou talvez isso seja só papo de louco mesmo...

Priscilla Zanini disse...

heheh. ñ acho q seja papo de louco, ou não quero, já que o exercício (por vezes meio q involuntário) me ocorre seguidamente.
mas: uma coisa é estar em outro pto de vista, outro é estar alguns, outro seria exercer a passagem.
ou o que parece mais interessante aqui: estar "de fora".
já reparou que estamos falando de um desejo de estar na mudança, e não num "estado" constante?
mudança como condição essencial para sanidade, creio que sim.