13.8.12

Babylon Soul - uma crítica, one inspire*

Um amigo cuja aptidão musical aprecio e admiro (não importa a ordem, importa o que se cria), criou:
Rebonjour - Babylon Soul
...
Há muito tempo tenho vontade de escrever criativamente-criticamente-poeticamente sobre o que gosto e me afeta musicalmente (e em outros gêneros que agora não importam, um dia chegaremos lá).
Esse texto é feito de faixas musicais e densidade nos ouvidos. enfim, Escute-leia-sinta:

Atividade, impacto. ciclos. é hora de chegar. 

Heart full of life, open heart.

Menahan Street Band é a band das calçadas, das caminhadas cinzas e ensolardas, do olhar nebuloso de oásis.

The wave goodbye é  densidade gritando nos poros, é a noite, as nebulosas estelares, tudo o que é brilhante e se estilhaça no ar como fogos de artifício.
A aspereza de uma canção profunda e disfarçadamente melancólica.

The celebration é o passo apressado dos metrôs, da vida que corre sem a gente perceber. 
há quanto tempo estamos aqui?
o que viemos fazer aqui afinal?
quando você vai olhar para o seu buraco antes que o buraco da cidade te engula, afinal?
sim, essa canção corta para a melancolia como quem lembra que a alegria é um sentimento efêmero, que dura pelo esforço de cativar.
o olhar fica nebuloso na poeira dos dias e não importa, caminhamos assim mesmo.

Forever Dolphin Love me comove no formato deep inside.
mas em deep inside vive a vontade de dançar,
de rir e de chorar, de olhar no vazio [e tão cheio] profundo da noite.

Cinematic enquanto passagem cinética, e previsível dos dias. A profusão da minha faixa preferida [of cinematic] me imobiliza, obriga a contemplação de uma sp estranha e tão comum a mim. a todos nós anônimos e estranhos pela distância de desconhecer e reconhecermos a nós mesmos, outra e outra vez.

Com Roling Stones vejo a passagem do tempo, o sol, a chuva e a alegria dos dias chegando… 
caminhamos, enfim.

Balek: zapping em anéis de saturno. a caminhada em desertos sonoros.

E claro, o jazz chega manso como aquele convidado que já estamos esperando…

Little Boxes me lembra Baby Jane, toda a vez. não há como escapar.
A insanidade cute se apresenta.

Ela prepara para a densidade dos acordes seguintes,
o ar enevoando, o ar do deserto.
o ar enevoado tão claro quanto a luz que o atravessa, iluminando e turvando os olhos.

E depois a caminhada Magik Marker.
A caminhada rumo ao redemoinho veloz de ideias em direção ao buraco de si.

E então a calmaria de quem sente o sol do deserto em todos os poros. [over the ocean]

Morphine anuncia o final chegando.
Calmo, leve como quem sempre pode voltar.

Gordon Jenkins me confirma que o final é uma piada. A eterna comédia de viver.
Lembra que sp exige bom humor. Leveza e alegria mesmo nas pauladas no final.

Je te laisserai des mots é a melancolia que sempre chega.
É sabedoria deixá-la repousar sobre nós.
Vivê-la e deixá-la ir….

Free. Free melancholia serena. saber que tudo é um ciclo, tantas voltas, tantas vidas.

E o tango feroz, confirma enfim: sejamos bem humorados, como forma de olhar para o buraco e o vazio que nunca nos abandona.
Só o peso do tango tangencia a vida de modo mordaz, e tão real.

*spirit desire, spire desire, spirit desire... we will fall...

Um comentário:

Lucas moesch disse...

sensitiva.
nada como encontrar quem compartilhe das viagens sinergicas que a musica proporciona.

emocionadissimo com tamanha conexao e compreensao do meu tato/ser/ver.

grato.!