21.2.10

Vila-Matas - Uma invenção muito prática


Mas logo me pareceu que era justamente o contrário. Era como se pedaços de sua memória estivessem se desprendendo de sua fronte e eu pudesse assistir ao insólito espetáculo de ver como, ali mesmo, naquele exato instante, sua mente ia se esvaziando em público, lentamente, para ficar em branco, despossuída tragicamente de toda lembrança.

não preciso viver, se puder sempre inventar.


Enrique Vila-Matas
trechos de Uma invenção muito prática
Suicídios Exemplares, Cosac Naify, 2009.

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